quinta-feira, 19 de abril de 2012

Conferência





CONFERÊNCIA


Promovida pela SPAE (Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia)
No Centro Unesco do Porto
(R. José Falcão, 100 – perto da Livraria Leitura e nas imediações da Praça Carlos Alberto)
com a colaboração da Fundação Engenheiro António de Almeida (Porto)
Dia 2 de Junho de 2012, sábado, às 15 horas
Oradores:
Prof.a Doutora Glória Teixeira e Dr. Sérgio Silva
Faculdade de Direito da Universidade do Porto
Tema:
“A Lei do Património Cultural e desenvolvimentos recentes no âmbito do Direito do Património Cultural'.
= Entrada livre =

Conferência em Coimbra, por Vítor Oliveira Jorge (resumo)

Coimbra, 5 de Junho de 2012 – conferência (resumo)

A arqueologia do ponto de vista do pensamento crítico contemporâneo: alguns tópicos

por

Vítor Oliveira Jorge

Professor catedrático aposentado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; investigador do CEAUCP

Creio que a publicação, em 2004 (Londres, Routledge), do livro “Archaeology and Modernity”, pelo meu colega Julian Thomas, da Universidade de Manchester, marca uma importante ruptura com as reflexões anteriores, mesmo dos autores ditos “pós-processuais”, percebendo que a renovação da arqueologia e da teorização da sua prática tem de se compreender “de fora” da disciplina. A arqueologia é um produto da modernidade, e esta tem sido analisada e pensada por numerosos autores que não podemos ignorar, e que continuam a aparecer constantemente. Muitos desses autores não se apresentam propriamente como “filósofos, ou teóricos desta ou daquela área do saber, mas questionaram a própria maneira como a produção do saber costumava ser questionada/teorizada. Ou seja, pensar a arqueologia hoje é uma tarefa muitíssimo mais exigente do que há algumas décadas. Implica uma postura de inter e transdisciplinaridade radical, muito difícil de conseguir, porque obviamente se tem de partir dos problemas da arqueologia e, ao mesmo tempo, conseguir vê-los a partir de fora, como se não fôssemos arqueólogos. Exercício quase acrobático, porque o discurso arrasta-nos sempre para o senso comum vigente. É isso que se pode considerar uma postura crítica, absolutamente básica para se conectar a arqueologia com o conhecimento contemporâneo e para lhe permitir o diálogo com as grandes questões políticas, filosóficas, científicas que se nos colocam na era pós-moderna do capitalismo financeiro neoliberal.

Falta talvez fazer qualquer coisa como um livro chamado por exemplo “Arqueologia e Pós-Modernidade”, prolongando a obra de J. Thomas, e entendendo por pós-modernidade uma palavra convencional que designa o facto de, não se tendo cumprido muitos ideais da modernidade, estarmos numa época em que o ideário do mercado, do empreendedorismo, das sociedades de controlo extremamente subtil e invasor corta com esse próprio ideário da “primeira modernidade”. Sem conhecer (o que não significa subscrever, é óbvio) as reflexões de pensadores como, por exemplo, Jacques Derrida, Giorgio Agamben, ou Slavoj Zizek, entre imensos outros, é minha convicção de que não só não percebemos o mundo em que nos encontramos, como não entendemos por que razão a universidade continua a legitimar (e a legitimar-se) numa visão da história que é anacrónica, enganadora, diria mesmo perigosamente conservadora, e que, reflectida em arqueologia (ainda muito enfeudada à prática histórica) leva a uma situação de impasse entre as indústrias do património (que vendem às massas um passado domesticado), os trabalhos de pesquisa por projectos curtos (tipo mestrados/doutoramentos de Bolonha, etc) que em geral produzem mais do mesmo à pressa, ou o trabalho empresarial na sua maioria preso à mesma lógica de “curto-prazismo” própria do sistema em que estamos mergulhados. Mas a história não parou, nem muitos de nós, seres humanos, se recusaram a pensar para fora das fronteiras deste horizonte imperial que se pretende apresentar como natural, indesmentível, inequívoco, quiçá eterno. Sem cair na pressa das soluções rápidas, que se situam na mesma lógica e portanto se sujeitam à carnavalização do adversário, há que ousar pensar uma nova arqueologia para uma nova forma de comunidade que, por vias travessas talvez, é uma comunidade que há-de vir.

O pensamento crítico contemporâneo coloca os problemas radicais que são os que podem motivar uma arqueologia adulta, liberta da tutela da história narrativa, sequencial, teleológica, legitimadora de uma concepção do tempo banal e retrógrada, como já Walter Benjamin apontou.

terça-feira, 17 de abril de 2012

AG da SPAE

CONVOCATÓRIA - ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DA SPAE

Por iniciativa do Conselho Fiscal da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, dirigida aos elementos da Mesa da Assembleia Geral da SPAE, foi requerida a realização de uma ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, com a seguinte
ORDEM DE TRABALHOS
- Apreciação do pedido de demissão da Presidente da Mesa da Assembleia Geral da SPAE.
- Apresentação pela direcção do relatório de actividades e de contas do exercício de 2011, e do respectivo parecer do Conselho Fiscal.
- Marcação de local, data e hora para se proceder à eleição do Presidente da Mesa da Assembleia Geral até ao fim do triénio em curso, ou seja, 2011/2012/2013.
- Outros assuntos.

A Assembleia Geral reunirá, em primeira convocação, às 14 h. do dia 21 de Abril de 2012 na sede da ADECAP - R. Aníbal Cunha, 39-3º-sala 7 - Porto, e, em segunda convocação, às 14,30 horas do mesmo dia, com qualquer número de sócios. Chama-se a atenção para a importância da presença de todos.

O Primeiro Secretário da Mesa da Assembleia Geral,

Mário Jorge Barroca